sexta-feira, 2 de setembro de 2011

1966

Em 1960, durante um congresso da FIFA, ficou decidido que a Copa do Mundo de 1966 seria disputada pela 1ª vez na terra dos inventores do futebol, a Inglaterra.
A taça Jules Rimet poderia ficar em definitivo com 3 seleções: a Itália, o Uruguai ou a seleção brasileira. Caso qualquer outra seleção vencesse, esta ficaria com a Jules Rimet por 4 anos para ser disputada novamente 4 anos depois.
Uma curiosidade é que a taça foi roubada antes do início do mundial, e semanas depois foi encontrada no meio de um monte de papeis velhos, por um cachorro vira-lata chamado Pickles. O cachorrinho virou um herói.
Agora já nas eliminatórias, todos os países da África, Ásia e Oceania boicotaram a Copa (pois havia apenas uma vaga para todos os países desses continentes, e eles queriam uma vaga por continente, o que não ocorreu e portanto, não disputaram a Copa).
A única surpresa das eliminatórias foi a classificação da Coreia do Norte, nenhuma grande ausência notada e o destaque era a seleção portuguesa (que tinha em seu elenco, o maior jogador da história do futebol português, ao menos até os tempos atuais, o atacante Eusébio).
O 1° indício de que a seleção não teria tarefa fácil no mundial foi a excursão para a Europa em 1963, onde o Brasil perdeu para Portugal, Bélgica (por 5x1), Holanda e Itália, empatou com a Inglaterra e ganhou apenas da França e da Alemanha Ocidental.
O técnico escolhido foi Vicente Feola que, com problemas de saúde, já não tinha a mesma energia de 1958 (o que aparentemente se refletia na organização da seleção).
Depois da época dos sonhos de 1958 e 1962, o Brasil sofreu um pesadelo na Copa de 1966. Com 1 vitória e 2 derrotas, a seleção foi eliminada logo na 1ª fase.
Na estreia, mesmo jogando mal, a seleção venceu a Bulgária por 2x0 com dois gols de falta, um de Garrincha e outro de Pelé (foi a última vez que a dupla fez gols em uma mesma partida). Esse jogo, a exemplo de 1962, marcou a contusão (dessa vez mais leve) de Pelé logo na 1ª partida.
O 2° jogo foi disputado sem Pelé (poupado devido à lesão). Não teve jeito. O Brasil perdeu por 3x1 para a Hungria.
Já na 3ª partida, Pelé pôde jogar. Mas uma vez em campo foi caçado pelos marcadores portugueses e pouco pôde fazer para evitar a derrota por 3x1 para Portugal que se classificava como líder da chave.
Para o Brasil foi sem dúvida a pior apresentação em Copas desde então.
Nas quartas-de-final, a Inglaterra eliminou a Argentina por 1x0 em um jogo polêmico. O árbitro alemão Rudolf Kreitlen expulsou o jogador argentino por um suposto xingamento (o curioso era que o árbitro não falava espanhol).
A Alemanha derrotou o Uruguai por 4x0 no jogo dos dois 1°s campeões da década de 1950. Já a URSS venceu a Hungria por 2x1.
Agora num dos jogos mais impressionantes de todas as Copas, Portugal sofria um susto. Estava perdendo por 3x0 para a Coreia do Norte ainda no 1° tempo. Mas aí brilhou a estrela do craque Eusébio, que com 4 gols e 1 assistência, comandou a virada portuguesa por 5x3.
Na semi-final entre Portugal e Inglaterra, os lusitanos fizeram uma partida irreconhecível. Jogando bem e em uma noite inspirada de Bobby Charlton, a Inglaterra batia Portugal por 2x1 (2 gols de Charlton e 1 de Eusébio).
A outra semi-final foi a partida entre URSS e Alemanha Ocidental. Foi um jogo duro, truncado, violento, com lesões e expulsões, mas no final os alemães saiam vencedores por 2x1.
Na disputa do 3° lugar, Portugal venceu a URSS por 2x1 com 1 gol de Eusébio (que se consolidou como o grande artilheiro da Copa com 9 gols).
A final entre Alemanha Ocidental e Inglaterra foi um dos jogos mais polêmicos da história das Copas do Mundo.
Os alemães abriram o placar, mas poucos minutos depois, Hurst empatou de cabeça para os ingleses. Peters fez o 2° da Inglaterra a 12 minutos do fim, mas a 1 minuto do término do jogo Weber (em um bate-rebate dentro da área inglesa) fez o 2° gol da Alemanha.
Aos 9 minutos do 1° tempo da prorrogação veio o lance que fez essa decisão tão polêmica. Hurst receceu um cruzamento e chutou de primeira por cima do goleiro Tilkowski, a bola bateu no travessão e pingou muito perto da linha, e após consultar o bandeirinha russo, o árbitro validou o gol, apesar da bola não ter entrado de fato. Os ingleses ainda fizeram o 4° gol novamente com Hurst (que foi o único jogador até hoje a fazer 3 gols em uma final de Copa do Mundo), mas o 3° gol sem dúvida foi o decisivo.
Os ingleses se sagraram campeões mundiais em seu país e ainda por cima tiveram eleitos os 3 melhores jogadores da Copa: Bobby Charlton (o melhor), Bobby Moore (o 2°) e Gordon Banks (o 3°).

terça-feira, 9 de agosto de 2011

1962

Depois de duas Copas do Mundo disputadas em países da Europa que foram neutros durante a 2ª Guerra Mundial, o torneio voltou a ser disputado na América do Sul.
O Chile foi escolhido como país-sede durante um congresso da FIFA em Lisboa, em 1956. Foi uma grande surpresa, que só aconteceu devido ao trabalho de um brasileiro filho de chilenos: Carlos Dittborn.
Contudo, ele não pôde ver o Mundial, pois faleceu um mês antes do mundial.
O número de países inscritos foi 56. O Chile e o Brasil se classificaram automaticamente. A grande surpresa das eliminatórias foi a ausência da Suécia (atual vice-campeã) e da França. Na América do Sul sem surpresas, Uruguai e Argentina classificados.
O Brasil não tinha eliminatórias para disputar, então o novo técnico, Aimoré Moreira, fez com que a seleção jogasse alguns amistosos (jogando duas vezes com cada seleção).
O Brasil ganhou as duas partidas contra o Paraguai (6x0 e 4x0) as duas contra Portugal (2x1 e 1x0) e as duas contra País de Gales (ambas 3x1).
A estreia do Brasil na Copa foi uma difícil vitória por 2x0 contra o México, com gols de Pelé e Zagallo (os melhores do Brasil em campo). A seleção estava nervosa e não conseguiu jogar bem, o melhor foram as jogadas individuais de Pelé.
O 2° jogo foi o pior para o Brasil na Copa, mas não pelo empate em 0x0 com os tchecos e nem pela atuação da seleção (que não foi ruim), foi porque aos 27 minutos do 1° tempo, Pelé chutou de voleio acertando a trave do goleiro Schroif e após isso, caiu sentindo uma distensão muscular, o que acabou deixando-o fora do restante do mundial.
Agora o próximo desafio era a Espanha de Púskas (o craque da Hungria em 1954 que havia se naturalizado espanhol) e para o Brasil, bastava um empate para se classificar.
O Brasil fez contra a Espanha, sem dúvida sua participação mais polêmica na Copa. O substituto de Pelé foi Amarildo (atacante do Botafogo). Os espanhóis abriram o placar com Adelardo aos 35 do 1° tempo. Foi o suficiente para descontrolar a seleção brasileira. Se não fizesse ao menos 1 gol, a seleção seria eliminada de cara na 1ª fase. O que só não aconteceu pela péssima atuação do árbitro Sérgio Bustamante. Nílton Santos cometeu um pênalti e em seguida deu dois passos para fora da área, o juiz não percebeu e marcou apenas falta, para desespero dos espanhóis. Em seguida ele anulou um gol de bicicleta de Púskas alegando jogo perigoso.
O empate do Brasil veio dos pés de Amarildo (substituto de Pelé) aos 27 do 2° tempo, e depois aos 40 minutos, novamente Amarildo fez e fechou o placar para a seleção brasileira.
A atuação decisiva de Amarildo foi uma boa resposta às provocações do técnico Helenio Herrera da Espanha, que disse: "Sem Pelé o Brasil fica muito enfraquecido. Quem é Amarildo?"
A partir daí, era matar ou morrer e a próxima seleção era a Inglaterra.
Alguns dizem que Mazzola (campeão pelo Brasil em 1958) não disputou a Copa de 1962, mas estão errados, ele disputou pela seleção italiana, que acabou sendo eliminada na 1ª fase (com um empate e duas derrotas). O Uruguai ganhou apenas na estreia e depois perdeu para Ioguslávia e URSS, indo embora mais cedo. A Argentina também foi desclassificada, em um grupo que se classificaram Inglaterra e Hungria.
Agora nas quartas-de-final, o Brasil enfrentava a Inglaterra. Esperava-se que o jogo fosse um dos mais difíceis do Brasil na Copa, mas a seleção foi muito superior durante todo o jogo e fez merecidos 3x1 com 1 gol de Vavá e 2 gols de Garrincha (destaque do Brasil até então). Zito e Didi também fizeram uma partida perfeita.
Nas quartas-de-final, também foram eliminadas as seleções da Hungria (que nunca conseguiu repetir o que fez em 1954) que perdeu para a Tchecoslováquia por 1x0, os alemães (perderam da Ioguslávia por 1x0) e a URSS (perdeu para a surpreendente seleção chilena por 2x1).
As semi-finais foram definidas Brasil x Chile e Ioguslávia x Tchecoslováquia.
A Tchecoslováquia conseguiu derrotar a Ioguslávia por 3x1 em um jogo muito equilibrado (principalmente no 1° tempo), no qual os tchecos só conseguiram se impor no final.
Já o Brasil (que jogava contra o Chile), demonstrou todo o talento individual e coletivo de sua equipe. Garrincha fez os 2 primeiros gols brasileiros, os chilenos descontaram ainda no 1° tempo. Depois (já no 2° tempo), Garrincha cobrou escanteio e Vavá fez o 3° gol da seleção brasileira. O Chile novamente descontou (dessa vez de pênalti cobrado por Sánchez). Mas aos 33 minutos, Didi lançou Garrincha que cruzou para Vavá fechar o placar.
O Brasil venceu o Chile por 4x2 com atuação genial de Garrincha (sem dúvida o melhor do Brasil na Copa), mas o atacante do Botafogo foi expulso por revidar uma agressão de um chileno. Mas por sorte do Brasil, o bandeirinha uruguaio Esteban Marino não foi encontrado para depor no julgamento de Garrincha e o ponta foi absolvido.
O Brasil foi à final contra a Tchecoslováquia e Garrincha pôde jogar, mas no sacrifício, pois estava com febre muito alta.
Os tchecos saíram na frente mas não conseguiram resistir ao talento da seleção brasileira, que virou para 3x1, com gols de Amarildo, Zito e Vavá.
O Brasil vencia pela 2ª vez e se igualava a Itália e Uruguai. Quem vencesse mais uma Copa ficaria com a Jules Rimet em definitivo. Garrincha foi indiscutivelmente eleito o melhor da Copa do Mundo de 1962. 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

1958

Pelos mesmos motivos que levaram a FIFA a escolher a Suíça como sede da Copa de 1954 (a neutralidade durante a 2ª guerra e portanto poucos danos), a Suécia foi escolhida como sede da Copa do Mundo de 1958.
Essa foi a 1ª copa sem seu idealizador, o francês Jules Rimet, que havia falecido em 1956. O presidente da FIFA em 1958 seria o inglês Arthur Drewry, que ocupou o cargo até 1961.
A Argentina que não havia participado sequer de eliminatórias desde 1938 finalmente voltava a disputar o mundial.
O Brasil pela 1ª vez sofreu para participar da Copa do Mundo. Em dois jogos com o Peru, o Brasil empatou o 1° por 1x1 em Lima e venceu por 1x0 no Maracanã com gol do craque Didi.
O mundial foi marcado por várias inesperadas ausências. A Espanha, do craque Argentino naturalizado espanhol Di Stefano, foi eliminada pela modesta Escócia, em um jogo que terminou 4x2 para os escoceses (a Espanha tinha até então uma de suas melhores equipes na história).
A Hungria que havia encantado o mundo com seu futebol em 1954, até conseguiu se classificar, mas estava completamente desfigurada. Puskas, Kocsis e outros jogadores fugiram do país devido à intervenção soviética em 1956 (o gênio Puskas encontrou refúgio no Real Madrid na Espanha).
A Inglaterra não pôde levar todos os seus jogadores devido à um acidente de avião que matou oito jogadores do Manchester United em fevereiro de 1958 (entre os mortos estava Duncan Edwards, a maior revelação do futebol inglês na época).
O Uruguai foi eliminado pelo Paraguai por 5x0 nas eliminatórias. Já a Itália, que havia naturalizado dois jogadores uruguaios para disputar o mundial, foi eliminada pela Irlanda do Norte.
A estreia do Brasil foi uma vitória por 3x0 contra a Áustria, em que a seleção não jogou bem. Os melhores brasileiros em campo foram Gilmar (goleiro), Bellini (zagueiro central) e Nilton Santos (lateral esquerdo, que fez um dos gols do Brasil). Nilton Santos que, para muitos, foi o melhor lateral esquerdo de todos os tempos.
O 2° jogo do Brasil foi contra a Inglaterra. Era um jogo cercado de expectativas mas que terminou sendo o primeiro 0x0 da história das Copas do Mundo (o Brasil dominou o jogo e Mazzola até chutou uma bola na trave). O Brasil precisava vencer o 3° jogo para garantir a classificação.
O 3° jogo do Brasil marcou a entrada de Pelé, Garrincha e Zito pela 1ª vez como titulares na copa. O Brasil venceu a URSS (União Soviética) por 2x0 e só não goleou porque a URSS tinha em seu time o melhor goleiro de todos os tempos, o lendário Ley Yashin (conhecido como "aranha negra").
A Argentina foi eliminada logo na fase de grupos. Ela estava no grupo 1, grupo que proporcionou uma das maiores zebras da história das copas, a classificação da Irlanda do Norte.
A partida contra País de Gales pelas quartas-de-final, marcou o 1° gol do gênio Pelé nas copas. O gol que foi o decisivo na vitória do Brasil num jogo truncado que terminou em 1x0.
Os outros a se classificar para as semi-finais foram a boa seleção francesa (que possuia o craque Just Fontaine, que foi o maior artilheiro de uma única edição de Copa do Mundo, com 13 gols), a Suécia que venceu a URSS por 2x0 e a Alemanha(atual campeã).
A 1ª semi-final era entre Brasil e França. O Brasil logo de cara não deu chances aos franceses e fez 1x0 aos 2 minutos do 1° tempo. Porém a França logo empatou, mas no final do 1° tempo Didi usou sua folha-seca (um característico chute com efeito) e fez Brasil 2x1 no 1° tempo. No 2° tempo brilhou a estrela do menino de 17 anos, Pelé. O gênio marcou 3 gols e foi o nome do Brasil na vitória por 5x2. A França descontou com Piantoni.
O Brasil estava novamente numa final de Copa do Mundo e iria enfrentar a dona da casa Suécia, que havia vencido de virada a Alemanha por 3x1.
A final era entre Brasil e Suécia. O jogo começava e logo aos 3 minutos os suecos abriram o placar. Mas a seleção manteve a calma e com 2 gols do centroavante Vavá (em duas jogadas de Garrincha), terminou o 1° tempo vencendo por 2x1. O 3° gol brasileiro foi um gol antológico de Pelé, o meia do Santos recebeu dentro da área, aplicou um "chapéu" no zagueiro e marcou um dos gols mais bonitos da história das Copas do Mundo. O 4° gol foi de Zagallo num rebote do chute de Didi. Logo em seguida os suecos descontaram. E no último minuto do jogo, Pelé fecharia o placar, 5x2 para o Brasil.
A taça Jules Rimet ficaria por 4 anos com a seleção brasileira que se consagrava pela 1ª vez campeã do mundo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

1954

Depois de 16 anos, a Copa do Mundo voltaria a ser disputada na Europa. Por ter boa localização, não ter sido muito afetada na 2ª Guerra Mundial e ter feito boas partidas nos mundiais de 1938 e 1950, a FIFA decidiu escolher a Suíça como sede da Copa de 1954.
Para variar, a Argentina não quis disputar o mundial. A Espanha foi eliminada pela Turquia nas eliminatórias (eliminação por sorteio, pois no jogo desempate as seleções empataram por 2x2 e foi necessário um sorteio para decidir quem avançaria). Pela 1ª vez o Brasil disputava as eliminatórias, mas sem sufoco e vencendo seus 4 jogos, se classificou para a próxima fase.
A 1ª partida do Brasil foi uma fácil goleada por 5x0 contra o México (o que não se refletiu no restante do mundial). Já o 2° jogo foi cômico. A partida era contra a Ioguslávia e um empate classificaria as duas equipes (mas os dirigentes e jogadores brasileiros achavam que precisavam vencer para avançar na competição). A partida estava empatada e os brasileiros partiam desesperados ao ataque (achando que precisavam vencer de qualquer maneira). Os ioguslavos tentavam avisar que um empate era suficiente mas não conseguiam se comunicar. A partida terminou empatada e os brasileiros saíram de campo chorando, pensando que haviam sido eliminados (mas na verdade estavam classificados para enfrentar a Hungria).
A Hungria sem dúvida foi o destaque do mundial. Um mundial que tinha uma média de inacreditáveis 5,4 gols por jogo. Muito disso era devido à seleção húngara, que conseguiu marcar 17 gols em duas partidas (as primeiras que disputou). Resultados como 9x0, 8x3, 4x4, 7x5, foram pouquíssimas vezes repetidos depois desta Copa, alguns só uma vez na história.
A Azurra (Itália) e a França foram eliminadas logo na 1ª fase.
A partida entre Brasil e Hungria pelas quartas-de-final, que ficou conhecida com "Batalha de Berna", marcou o patético desempenho da seleção na copa. Os húngaros se aproveitaram do nervosismo dos brasileiros e massacraram a seleção brasileira por 4x2 (os brasileiros reclamavam de impedimento nos dois gols de Kocsis). Uma partida recheada de expulsões terminaria ainda com uma briga generalizada que se estendeu até os vestiários.
As semifinais eram entre Hungria e Uruguai, e Alemanha e Áustria. Os húngaros comandados pelo craque Puskas (um dos melhores jogadores de todos os tempos) venceram os uruguaios na prorrogação por 4x2. Na outra semifinal os francos favoritos alemães trucidaram os austríacos por 6x1.
Na final, todos acreditavam numa vitória da Hungria diante dos alemães, e aos oito minutos do primeiro tempo já estava 2x0 para a Hungria. Mas 10 minutos depois a Alemanha já havia empatado a partida.
O 2° tempo dos húngaros foi desesperado e sem resultado. Já os alemães ficaram calmos e a 6 minutos do final, o atacante Rahn marcou o gol da virada histórica dos alemães.
Muitos consideram o título da Copa dos alemães uma das maiores surpresas da história do futebol, devido ao espetáculo apresentado pelos húngaros. Mas era a Alemanha que se sagrava campeã da Copa do Mundo na Suíça em 1954.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

1950

Em um congresso da FIFA realizado em Luxemburgo, em 1946, ficou decidido que o Brasil seria o país-sede da Copa do Mundo de 1950. A escolha do Brasil não foi devido à capacidade do país e nem ao futebol apresentado pela seleção, mas devido ao fato de que a Europa ainda se recuperava dos danos causados pela 2ª Guerra Mundial, por isso nenhum outro país se candidatou para ser sede do mundial.
Um importante fato para a história das Copas do Mundo foi a nomeação da taça do torneio de "Jules Rimet" (em homenagem ao criador das Copas) devido a uma proposta do vice-presidente da FIFA em 1946. A primeira seleção que conseguisse 3 conquistas de Copa do Mundo ficaria com a taça em definitivo (lembrando que a Itália já tinha 2 títulos e o Uruguai 1), até lá o campeão ficaria com a taça por 4 anos até a disputa da Copa seguinte.
Os países britânicos fizeram um acordo com a FIFA e voltaram a integrá-la (haviam se desfiliado dela durante a 2ª guerra). O Brasil também fez um acordo com a FIFA, aumentando o número de jogos da Copa e transformando a decisão em um quadrangular final.
Mais uma vez algumas ausências marcaram o mundial. A Argentina alegava ter desentendimentos com a CBD (Confederação brasileira de Desportos) e pela 2ª vez seguida não disputou a Copa do Mundo. A França, que tinha se classificado devido à desistência de Portugal, não quis participar pois havia uma tabela de jogos cansativa (teria que viajar de Porto Alegre até Recife e só ter 1 dia de descanso). Na verdade a França temia não ter uma equipe à altura das outras. O Brasil (país-sede) e a Itália (atual campeã) se classificaram automaticamente.
A Itália veio para o Brasil para defender seu título e tentar ficar com a posse definitiva da taça Jules Rimet, mas por motivos trágicos a Azurra (como era apelidada) não pôde nem passar pela fase inicial. No dia 4 de maio de 1949, a equipe do Torino (base da seleção italiana) morreu em um desastre de avião.
A 1ª fase da Copa teve a, até então, maior "zebra" da história da competição. A Inglaterra que não havia se inscrito para nenhuma das Copas anteriores por se julgar superior, sofreu uma humilhante derrota para os EUA por 1x0. Na partida seguinte venceu o Chile, mas voltou a ser derrotada, dessa vez para a Espanha, e assim foi humilhantemente eliminada do mundial, amargando uma 8ª colocação.
O Brasil teve uma 1ª fase um tanto sofrida, mas conseguiu se classificar para o quadrangular final. No 1° jogo uma goleada diante do México por 4x0 no Maracanã lotado (estádio que foi construído especialmente para a Copa do Mundo e tinha capacidade para 200 mil pessoas). O 2° jogo foi um empate por 2x2 contra a Suíça, o que fez com que o Brasil tivesse que vencer o próximo jogo para se classificar. No entanto, o 3° jogo foi um show de futebol na vitória por 2x0 contra a Ioguslávia, com gols de Zizinho e Ademir.
Passada a fase de classificação, apenas 4 seleções se classificaram para a fase final (quadrangular). Eram elas: Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai. Todos jogariam com todos e quem somasse mais pontos ficaria com a Jules Rimet até 1954 (vitória=3 pontos, empate=1 ponto e derrota=0 ponto).
Na 1ª rodada tudo deu certo para o Brasil, goleada de 7x1 pra cima da Suécia e empate por 2x2 entre uruguaios e espanhóis. O 2° jogo do Brasil pode ser considerado talvez a melhor exibição da seleção em todos os tempos, 6x1 na Espanha, o que rendeu elogios dos próprios espanhóis à seleção brasileira. Enquanto isso o Uruguai vencia a Suécia por 3x2 (o que fez com que o Brasil precisasse apenas empatar com os uruguaios para ser campeão, mas se perdesse, o título seria novamente da seleção uruguaia).
A final contra o Uruguai seria no Maracanã lotado com 200 mil torcedores. O Brasil era favoritíssimo e poucos em sã consciência acreditaram no que viram naquela tarde. O Brasil até que chegou a abrir o placar, mas aos 20 minutos do 2° tempo cedeu o empate e logo o inacreditável. Aos 34 minutos Ghiggia chutou sem ângulo e Barbosa (goleiro brasileiro) aceitou. O Maracanã terminou aquela tarde calado, vendo o impossível acontecer.
O Uruguai sagrava-se campeão novamente e teria a posse da taça Jules Rimet até 1954.